sexta-feira, 19 de junho de 2009

Conversas de Messengers e Orkut's da vida

Sobre as abreviações, carinhas, pontuações e outros aditivos usados pelas pessoas em suas mensagens e conversas.

Meu pai sempre questionou a prática desses métodos de escrita. Me questionava e questionava a prática em si.

O argumento era forte e válido, porém não convincente. Tratava-se de uma discussão cultural (concordo em partes).

Meu pai sempre falou que isso deixava as pessoas burras, justificando que ao treinar a escrita equivocada o subconsciente agregaria a sua forma de pensar, igual com a matemática, sendo que se você escreve constantemente "vc", "mt" e etc., quando for digitar ou escrever algo que deva conter a norma culta de escrita terá uma probabilidade de subconscientemente escrever abreviado ou "enfeitado". E essa probabilidade aumenta de acordo com o grau de frequência (volta trema, pelo bem da escrita) da utilização desse método. Sempre argumentei que era mais legal, mais divertido, mais "bonitinho" escrever "vc", "mt", "hj" (você, muito, hoje), porém, também, sempre aceitei aquilo como verdade e aceito até hoje. Na verdade, depois de muita reflexão sobre o assunto, uns três anos de reflexão na verdade, cheguei a uma outra ideia (cadê o acento?) e que considero-a a mais correta de todas outras que pensei e que ouvi.

Citando dois exemplos, as duas vias mais usadas no Brasil para mensagens entre amigos, Orkut e Windows Live Messenger, descrevo o que percebo se tratando da necessidade das pessoas através desses meios de comunicação. Minha linha de raciocínio parte do princípio de que mesmo sendo convencido da conclusão do meu pai eu continuava a usar tais métodos. E ainda uso. Fiquei analisando as pessoas, questionando-as sobre o motivo de escrever daquela forma, se existia justificativa para escrever "errado". Nenhuma pessoa me convenceu, apesar do Juliano (um amigo) chegar bem perto disso.

Continuava a me questionar, alguma coisa havia para que a esmagadora maioria utilizasse esse método.

Isso me intrigava. Mas uma coisa eu sempre tive certeza, existe uma resposta e eu vou ter que descobrir.

Como eu não costumo simplesmente deixar as coisas passarem, fui devagarinho, sem muita obsessão, mas sempre atento a tudo relativo ao assunto para encontrar a tão estimada resposta. E acho que achei. As pessoas usam Orkut e Messengers com a finalidade óbvia de se comunicar. Mas se comunicar neste caso, significa conversar, ou seja, desenvolver troca de ideias, informações e o mais importante, PENSAMENTOS (sentimentos, expressões e etc.) como se estivessem conversando pessoalmente. Articulando maneiras de tornar a digitação uma conversa o mais próximo possível da falada, as pessoas criaram seus próprios métodos de escrita para demonstrar seus sentimentos sem terem que escrevê-los. Assim como cada pessoa tem uma personalidade, característica ao falar, seja no sotaque, na gesticulação, enfim, ninguém se comunica igual a outra pessoa. As pessoas personificaram suas escritas.

Lembro que já estudei (pouquíssimo) sobre "Figuras de Linguagem". E digo que as pessoas criaram novas figuras de linguagens pela internet e reaproveitaram as já existentes, como no caso da onomatopeia (escrita que imita sons).

E por quê? A resposta é simples, complicada é a pergunta.

Sendo um pouco redundante, mas ressaltando, as pessoas tem a necessidade de personificar aquilo que escrevem para não serem comuns. É uma coisa que cada um tem dentro de si, a necessidade de ser "vc" mesmo. De escrever como fala. Dar som as letras.

A meu pai e a todos que estão lendo este artigo: continuo defendendo a ideia que isso vicia, quanto mais escrevemos "errado" mais sujeitos a gafes e infrações a norma culta quando precisarmos dela estamos sujeitos.

Como sei que isto não vai mudar sua forma de escrever peço somente que reflita sobre o assunto. Sugiro também que treine sempre que possível a norma culta. Sempre precisaremos dela, de uma prova de vestibular, uma entrevista de emprego até um simples ofício.

Aceito críticas, afinal, não foi um trabalho de profissional, somente uma reflexão.

Um grande abraço a todos!




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